Da Ferramenta à Dependência Digital
Por Wagner Wilson
Desde que Charles Darwin propôs a teoria da evolução, a jornada da humanidade vem sendo retratada em estágios marcantes: dos primatas ao Homo habilis, passando pelo Neandertal até o Homo sapiens , o ser racional, pensante, dominador do fogo, das ferramentas e do mundo.
Hoje, porém, vivemos uma nova transição: a ascensão do Homo Mobile.
Com o celular na mão, o Homo Mobile carrega o mundo nos bolsos. As ferramentas estão agora dentro de aplicativos; o conhecimento, a um toque de distância; as relações humanas, filtradas por telas. É um salto evolutivo... ou uma curva de retorno?
A dependência da tecnologia e da inteligência artificial tem modificado não apenas nossos hábitos, mas também nossa cognição, empatia e autonomia. A facilidade de delegar decisões a algoritmos pode ser confortável, mas perigosa. O Homo-Mobile, ao buscar eficiência, arrisca abrir mão da própria humanidade.
A pergunta não é mais “para onde vamos?”, mas sim: o que estamos nos tornando?
Se a evolução nos ensinou algo, é que adaptação é essencial. Mas cabe a nós decidir se seremos protagonistas dessa nova era ou apenas usuários passivos, deslizando eternamente na tela.
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