🧬 Homo-Mobile: A Evolução Inversa da Espécie Conectada


🧬 Homo-Mobile: A Evolução Inversa da Espécie Conectada
Por Wagner Wilson

    Da savana africana ao feed infinito, a trajetória da humanidade é marcada por conquistas — e contradições. A teoria da evolução de Darwin descreveu como o ser humano deixou de ser apenas mais um primata para se tornar o Homo sapiens, o dominador do fogo, das ferramentas e da linguagem.

    Mas algo mudou.

    Na aurora do século XXI, surge um novo estágio: o Homo-Mobile. Uma espécie hiperconectada, que carrega no bolso não apenas um telefone, mas um universo digital que guia, dita e decide.

    O Homo-Mobile caminha curvado — não pela idade, mas pela tela. Substitui conversas por áudios, memórias por nuvens, pensamentos por algoritmos. Em vez de dominar a tecnologia, está sendo dominado por ela.

    Pior: ao invés de avançarmos, corremos o risco de regredir. A inteligência artificial, que deveria ampliar nossas capacidades, tem assumido funções básicas — decisões, interações e até relacionamentos.

    A dependência tecnológica se transforma em uma nova forma de primitivismo: emocional, social e cognitivo. Se antes o desafio era sobreviver, agora é desconectar para continuar evoluindo.

    O Homo-Mobile é a prova de que evolução não é apenas física — é cultural, digital e, acima de tudo, uma escolha.


 

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