📰 A Arte Urbana e o Bairro do Pari: Um Traço que Conta a História de São Paulo
📍 Por Wagner Wilson – Cartunista e Comunicador do Bairro do Pari
O bairro do Pari sempre foi uma encruzilhada de culturas, histórias e movimentos. Muito antes de se tornar conhecido como reduto do comércio popular e dos galpões de containers, o Pari já pulsava arte nas ruas – às vezes nas paredes, às vezes no papel. E é justamente na convergência entre o traço urbano e o traço do cartum que nasce uma narrativa visual poderosa sobre São Paulo.
A arte urbana, especialmente o grafite e os murais, vem ganhando força nas últimas décadas, tornando-se uma ferramenta de expressão social, política e estética. No Pari, isso se reflete em muros que contam histórias de fé, luta, resistência e, claro, de humor. Como cartunista, cresci observando como o desenho simples pode transmitir grandes mensagens. Ver isso expandido em paredes e espaços públicos é como ver o cartum ganhar vida em escala urbana.
Cartunistas e grafiteiros compartilham um mesmo ideal: provocar o olhar. E São Paulo é uma cidade que tem aprendido a olhar mais para sua arte. Dos becos da Vila Madalena ao Museu Aberto de Arte Urbana na Zona Norte, há um movimento crescente de valorização da arte de rua — e o Pari, com sua alma popular e criativa, não fica de fora dessa revolução silenciosa.
Hoje, vejo com orgulho projetos que misturam arte urbana e educação, como os murais do Caminho da Mãe e as oficinas culturais com jovens artistas locais. É a arte urbana como ponte: entre passado e futuro, entre o bairro e o mundo, entre a São Paulo que consome e a que cria.
Como comunicador e filho do Pari, acredito que chegou a hora de darmos mais cor, mais história e mais protagonismo ao nosso bairro. A arte urbana não é só enfeite — é identidade. E se o cartum já foi uma forma de rir da realidade, hoje ele é também uma forma de redesenhá-la.
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